A Manutenção da Personalidade

sexta-feira, 20 de maio de 2011 § 0

 A riqueza de diversidade é valorizada enquanto o homem não fez suas escolhas. Após isso, quando a dúvida já não existe e o amor em algo específico extingue a vontade de mudar, toda diferença social se torna inútil.
No entanto, o sentimento de satisfação na personalidade construída é, às vezes, baseada na comparação discriminativa com os opostos. Com isso, a dependência na existência de diferenças continua forte.
A incapacidade em homogeneizar opiniões na sociedade, e o medo de um mundo desconhecido em que não haja diferenças, obriga o homem a adaptar-se.
A partir disso, muitas vezes é necessário subjugar a própria vontade ou opinião em prol do convívio social. Mas em um confronto de ideias podem ocorrer vários outros resultados. Dentre eles, a demonstração da inconstância no caráter de um indivíduo. Então, percebe-se que há necessidade de proteger pessoas com pouca maturidade contra as influências das diferenças culturais.
Portanto, é importante ter consciência da necessidade da censura e legalidade na sociedade. E também é importante existir perspectivas na contribuição individual para melhorar a comunidade, sendo fiel à própria personalidade.
Tudo isso é prova do amor ao próximo e da vontade de aproveitar a vida ao máximo.

Wesley Rezende

Seção Poema — Ego

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Ego

Dois a dois
mediam o velho amor

O velho se fez novo
O velho não morreu

Cada um
media seu próprio amor

A dupla se desfez
De amor velho padeceu


Wesley Rezende

Dístico — Dia Ruim

quarta-feira, 18 de maio de 2011 § 2

Dia Ruim

Dia ruim raiou riscando rosas reinantes.
Ditas trevas tristes truncaram tronos translúcidos.

Wesley Rezende

Os Fãs do Show Guerra ao Terror

terça-feira, 3 de maio de 2011 § 0

Dez anos após o atentado ao World Trade Center, finalmente as incessantes buscas ao terrorista Osama Bin Laden terminaram. O senso de justiça americano está se aperfeiçoando. Antigamente prendia-se o acusado e entregava-o a um tribunal internacional. Foi assim com Saddam Hussein; preso pelos norte-americanos e entregue a julgamento, foi morto. Tudo muito transparente e legítimo, até a venda dos olhos da Justiça caíram para que pudesse assistir a execução de Saddam — um show que causou náuseas a muitos, e despertou certa dúvida quanto à imparcialidade dos fatos, mas ficou apenas em dúvidas. Osama, pelo contrário, foi julgado e executado pelos americanos. Com talento formidável uniram a justiça e a vingança; e por essa capacidade ser de extremo valor guardam somente para si, junto com as imagens do cadáver. No entanto, dessa vez a sociedade não aprovou a ação. Na verdade não se importa se mataram o artista do terror, mas não admite que não se publique num reality show. A sociedade não quer julgar, mas não abre mão do direito de especular.

Wesley Rezende

Seção Poema — Inverno

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Inverno

Eu não sou palhaço
pra ter nariz vermelho
— nariz vermelho
que não transmite alegria
como o deles

Tenho que esquentar
o leite
e nem posso tomar
sorvete

Meus pés e mãos já são
gelados
E agora tudo esfria
lá fora
pra me deixar
aprisionado

Meu coração tropical
desfalece
a minha língua
queima
as minhas mãos
se escondem

e num espirro
vai-se embora
meu bem-estar


Wesley Rezende

Seção Poema — Vida-ponte Ponte-vida

quinta-feira, 28 de abril de 2011 § 0

Vida-ponte Ponte-vida

Eu posso tudo que quero
Eu posso pular da ponte
todo livre
ou de bungee jump

Eu posso observar
o horizonte
de cima da ponte

Talvez encostado no parapeito
Talvez passando rapidamente por ela
Também posso passar
de olhos bem fechados

Eu posso tudo que quero
Eu posso ter medo
medo de ponte

Medo de uma ponte
que me leve ao inferno
Medo de uma ponte
que prejudique minha alma

Não quero tudo que posso
Não quero pular da ponte
Não quero ir pro inferno



Wesley Rezende

Seção Poema — Além

quarta-feira, 27 de abril de 2011 § 2

Além

"Não estamos bem,
mas ainda podemos cantar"
foi o que disse para se enganar
— disse porque não tem esperança

Você
todo medroso
finge ser feliz
com coisas medíocres

Deixe o "mas" de lado
Não há nada de valor
além do amor

Vamos parar de fingir que somos felizes
Vamos parar de impedir o choro das crianças
Vamos chorar, chorar
chorar com as crianças
chorar como crianças

E vivendo a miséria
vamos nos cansar dela
E vencendo a miséria
haverá cânticos belos

Podemos ir além
depois de um amém


Wesley Rezende