Sobre a Teoria dos Signos

terça-feira, 24 de maio de 2011 § 0

Os signos são os meios pelos quais o homem expressa seu sentimento diante da realidade. Os signos não são apenas códigos aleatórios. Existe uma relação bilateral entre o homem codificador e o código. Os signos formam um conjunto sistêmico que retratam as influências sofridas pelo homem no ambiente. Dessa forma, são nomeados os objetos naturais e os objetos abstratos, produto do contato social entre homens ou da observação emotiva de coisas concretas.
Cada signo é carregado do valor significante quisto pelo seu manipulador. Cada objeto pode requerer ou inspirar a criação de vários signos, semelhantemente, cada signo pode evocar diversos objetos — concretos e/ou abstratos. Ao mesmo tempo, a língua pode descrever estritamente a realidade e criar novos conceitos que influenciam ou modificam essa realidade.
A atividade de enunciar é o que evidencia a existência de algo. A prática linguística é o que transporta o conhecimento do mundo imaginário para o mundo real; é o que permite compartilhar, paulatinamente, os produtos da utilização dos atributos inatos do ser. A prática linguística é, também, o que transporta os significados dentro do mundo real; significados estes que dão sentido a ele.
O signo é composto de significante e significado. Ambos podem ser divididos em forma e substância. O significado é a interpretação humana de um objeto; o significante é a exteriorização do significado mediante um símbolo. A forma do significado é caracterizada pela sistematização hierárquica do valor conceitual dentro do conjunto total existente — a Língua. A substância do significado é o conceito que está expresso relativamente ao contexto. A forma do significante é constituída a partir da discriminação fônica. Dessa forma, estabelecem-se relações opostas para melhor se categorizar os sons.  A substância do significante é o som que ecoa na mente ao contato com o signo.
"Para Saussure, o signo linguístico é arbitrário e, portanto, cultural" (Fiorin, 2010: 60). A arbitrariedade do signo é a falta de correlação entre significado e significante, no processo de criação do signo. A inspiração que o significado exerce sobre o homem codificador produz significantes imprevisíveis e inexplicáveis. É a partir da aceitação na sociedade, ou convenção, que, mediante o convívio com o signo, o significado e significante se aproximam. O exercício da repetição linguística permite extrair da memória o significado sempre que o significante é citado. Dessa forma, estabelece-se o signo — união entre som e sentido. Entretanto, podem existir signos derivados de outros já existentes. Nesse caso, os signos são relativamente motivados.


REFERÊNCIA
FIORIN, José Luiz. Teoria dos signos. In______. Introdução à Linguística. FIORIN, José Luiz (org.).  6. ed. revista e atualizada, São Paulo: Contexto, 2010. p. 55-74.

Wesley Rezende

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