Archive for abril 2012

Seção Poema — Remoto

domingo, 29 de abril de 2012 § 0

Remoto

Eu olhei para os lados
Não encontrei escape
Não existia alvo
Para toda a angústia

Poderia mil coisas
Mas nenhuma ao alcance
Faltavam objetos
Para absorver tristeza

Violão desafinado
Com braço empenado
Não podia expressar
Aquela ingratidão

Som estragado
CD arranhado
Fiquei sem música
Para anestesiar a dor

Não havia caminho
Pro progresso das lágrimas
Não havia papel
Para rimas e versos

Havia amplo espaço
Silêncio marcante
Amigos distantes
Arrependimento

(Wesley Rezende)

Seção Poema — Sessão

terça-feira, 17 de abril de 2012 § 2

Sessão

No momento lento tento
perturbar meu sentimento.
Essas paixões inconsequentes
perdurarão? Não!
Por pouco tempo...
Num instante interessante
tornar-me-ei o homem constante.
Essa massiva passividade
se deteriorará amanhã.

(Wesley Rezende)

Seção Poema — Sozinha

§ 0

Sozinha

Na minha vida sozinha
a morte meiga se aproxima
e encanta-me com mentiras
que conta a todos os meninos.

Maltrata-me esta vida
que escarnece dos meus planos;
destrói com ternura minha honra
e impede que me torne homem.

Mente cansada num corpo juvenil!
Sou um velho canceroso.
Sou criança desprotegida
que chora pelos cantos, sozinha.

(Wesley Rezende)

Seção Poema — Uma Poesia

terça-feira, 3 de abril de 2012 § 0

Uma Poesia

Selecionei doze palavras;
organizei quatro versos irregulares.
Sem metáforas demonstrei
meu amor.

(Wesley Rezende)

Seção Poema — No Estudo

§ 0

No Estudo

Marco o tempo o tempo todo;
Cuidado louco com meu tempo pouco.
Deste meio, meio ouço, meio rio;
Carinho sempre por diversos desvarios.

Cada tolo cala tudo;
Fala muito todo bobo.
Todo dia atraso assim
As ideias de chegar ao fim.

(Wesley Rezende)